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Tuesday, February 09, 2010

Um gesto de amor

Sexta-feira eu estava no trabalho quando percebi que um homem branco entrou com dois irmãos negros. Não sei ao certo, mas pareciam ter 12 e 10 anos. Pareciam ser seus filhos. Na hora tive certeza de que as crianças vinham do Haiti, mas como nunca havia visto o homem, preferi não perguntar nada. Fiquei prestando atenção pra ver se minha suspeita era confirmada. Infelizmente o preconceito ainda é muito grande e, aqui, não é tão comum ver brancos casados com negros. Por isso desconfiei.

O homem tentava agradá-los de todas as formas. Escolheu os pratos que eles queriam pra almoçar, conversava com eles o tempo todo, mas eles pareciam meio deslocados. Quietos e calados, sem saber como agir.

Percebi que uma outra cliente puxou papo com o cara e fiquei atenta. Finalmente escutei o homem dizendo que os irmãos haviam chegado há 10 dias.

Um milhão de pensamentos passou em minha mente e eu me senti feliz e triste ao mesmo tempo. Bastante contente de ver que aqueles dois irmãos não foram separados e estavam tendo uma oportunidade de ter uma vida melhor e mais digna ao lado de alguém que está disposto a cuidar deles pra sempre. Me senti aliviada por eles terem sobrevivido à desgraça que sofreu seu país.
Fiquei bastante emocionada de ver em minha frente, e bem, pessoas que estavam lá na hora que tudo aconteceu. Feliz por terem sido adotados e triste por terem perdido sua família.

Sempre disse que não queria ter filhos. Não me sinto preparada pra ser mãe. Pelo menos não por enquanto. Mas confesso que se tivesse condições financeiras e emocionais de criar uma criança agora, eu entraria na fila e tentaria adotar uma criança órfã do Haiti.

1 comment:

Edilson Cravo said...

Querida Camila:

Seu blog é super bacana e gostei bastante do que vi, só queria entender o por quê de querer adotar crianças haitianas tendo tanta criança brasileira precisando ser adotada? Espero sua visita no Lua. Beijooo.
www.lua2gatos.blogspot.com

Tuesday, February 09, 2010

Um gesto de amor

Sexta-feira eu estava no trabalho quando percebi que um homem branco entrou com dois irmãos negros. Não sei ao certo, mas pareciam ter 12 e 10 anos. Pareciam ser seus filhos. Na hora tive certeza de que as crianças vinham do Haiti, mas como nunca havia visto o homem, preferi não perguntar nada. Fiquei prestando atenção pra ver se minha suspeita era confirmada. Infelizmente o preconceito ainda é muito grande e, aqui, não é tão comum ver brancos casados com negros. Por isso desconfiei.

O homem tentava agradá-los de todas as formas. Escolheu os pratos que eles queriam pra almoçar, conversava com eles o tempo todo, mas eles pareciam meio deslocados. Quietos e calados, sem saber como agir.

Percebi que uma outra cliente puxou papo com o cara e fiquei atenta. Finalmente escutei o homem dizendo que os irmãos haviam chegado há 10 dias.

Um milhão de pensamentos passou em minha mente e eu me senti feliz e triste ao mesmo tempo. Bastante contente de ver que aqueles dois irmãos não foram separados e estavam tendo uma oportunidade de ter uma vida melhor e mais digna ao lado de alguém que está disposto a cuidar deles pra sempre. Me senti aliviada por eles terem sobrevivido à desgraça que sofreu seu país.
Fiquei bastante emocionada de ver em minha frente, e bem, pessoas que estavam lá na hora que tudo aconteceu. Feliz por terem sido adotados e triste por terem perdido sua família.

Sempre disse que não queria ter filhos. Não me sinto preparada pra ser mãe. Pelo menos não por enquanto. Mas confesso que se tivesse condições financeiras e emocionais de criar uma criança agora, eu entraria na fila e tentaria adotar uma criança órfã do Haiti.

1 comment:

Edilson Cravo said...

Querida Camila:

Seu blog é super bacana e gostei bastante do que vi, só queria entender o por quê de querer adotar crianças haitianas tendo tanta criança brasileira precisando ser adotada? Espero sua visita no Lua. Beijooo.
www.lua2gatos.blogspot.com